Autores

    Os autores deste blog são Ânderson Ignácio da Silva, Chen Chun Keong, Eduardo Sperafico Schneider Pinto e Rafael Wazlawick Muller, estudantes da turma 4324, do 3° ano do Ensino Médio, integrado ao Curso Técnico de Eletrônica, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, localizada na cidade de Novo Hamburgo.

Foto do grupo:
Da esquerda para direita:Chen , Ânderson, Rafael e Eduardo.

Opinião Sobre a Temática.

      O livro “Capitães da Areia”, de Jorge Amado, trata de um grupo de crianças abandonadas que vivem do furto na Bahia. Consequentemente a obra trata de algumas temáticas, como as de crianças abandonadas, crimes cometidos por menores de idade, a miséria do povo baiano e carência de amor materno.
       A obra enfoca principalmente a questão das crianças abandonadas, pois o próprio grupo dos Capitães da Areia é formado por elas.  As crianças, por não terem comida e onde dormir se juntam e formam um grupo criminoso que se organiza para realizar delitos.
       O livro mostra as crianças se divertindo e experimentando as sensações infantis, como  quando brincaram no carrossel mambembe, onde autor quis mostrar que os componentes dos Capitães da Areia na verdade são um grupo de crianças que sobrevivia de crimes, pois elas praticamente não tinham uma boa oportunidade para sair dessa vida. Além disso, pode-se notar a falta de ajuda do governo.
       Outra temática interessante que o Jorge Amado aborda no livro é a presença do feminino. Para os Capitães da Areia as mulherem somente servem para ter relação sexual. Mas a Dora conseguiu mudar isso, pois fez com que os integrantes do grupo a admirassem como uma mãe.
       Pode-se perceber fortemente a presença de ideologia de socialismo no livro quando o Pedro Bala se interessa em greve e deixa a liderança do grupo Capitães da Areia para se tornar um líder revolucionário comunista.
       A elaboração da obra Capitães de Areia resultou da vivência intensa do autor nas ruas, becos e ladeiras da cidade, onde mostra a desigualdade social e a discriminação entre as raças, numa sociedade que se negava a reconhecer que somente os ricos tinham privilégios.  
      A triste conclusão é que continuam a fazer parte da história da pátria, meninos, dominados e excluídos, apesar de frequentarem cada vez mais espaços públicos não têm a oportunidade de ter uma educação de qualidade, uma família ou quaisquer encaminhamentos futuros. Vale a pena a leitura, pois é um livro que relata a realidade que passávamos e que continuamos a passar, atuando assim na nossa consciência social, política e econômica.

Sinopse do livro

     O livro “Capitães da Areia” retrata o cotidiano de um grupo de meninos abandonados, mostrando não apenas os assaltos e as atitudes violentas dos integrantes do grupo, mas também as suas aspirações e os seus pensamentos ingênuos, comuns a qualquer criança.
     O livro que é dividido em três partes, começa com uma sequência de pseudo-reportagens mostrando diversas visões sobre o assalto cometido pelo grupo Capitães da Areia.
      A primeira parte da obra, “Sob a lua, num velho trapiche abandonado” é subdividida em dez capítulos, apresentando no início o esconderijo do grupo que é um trapiche abandonado á beira-mar. Aqui transcorrerá a maioria das ações. Liderado por Pedro Bala o grupo comete vários crimes, como roubo. Os assaltos são sempre bem organizados, primeiro o Sem-Pernas se faz de órfão desamparado para ser acolhido pelas famílias e assim, com a confiança destas, conhecer cada ponto estratégico de suas residências, retransmitindo tais informações ao grupo e desta maneira ter um assalto bem-sucedido.
     O ápice da primeira parte veio em dois momentos, o primeiro momento foi quando os meninos se envolveram com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e experimentaram as sensações infantis. Assim o autor tentou mostrar que eles na verdade, eram somente crianças socialmente desamparadas. E o segundo momento foi quando a varíola atacou a cidade e acabou matando um deles. Foi também nesta parte que a Dora e seu irmão Zé Fuinha perderam seus pais e por não terem onde ficar, acabaram entrando no grupo de Pedro Bala.
     A segunda parte da obra “Noite da grande paz, da grande paz dos teus olhos” começou  com a morte dos pais de Dora. Ela e seu irmão foram levados por João Grande e o Professor para trapiche, mas ela foi quase estuprada dentro do trapiche. Graças ao Professor e o João Grande, depois de algum tempo, ela acabou conquistando o respeito dos meninos, que passaram a enxergar a nela a figura materna, que se fazia muito ausente na vida deles. Este sentimento começou a ser despertado em todos os  integrantes do grupo exceto pelo Professor e Pedro Bala que a amava como esposa.     
     Durante um assalto, Pedro Bala e Dora foram pegos pela polícia. Pedro foi mandado para o reformatório e Dora para o orfanato. Depois de algum tempo, Pedro conseguiu fugir com a ajuda de alguns componentes do grupo. Logo depois disso eles invadiram o orfanato onde Dora estava e tiraram-na de lá, porém, ela estava muito doente. Naquela noite, Dora, sabendo que não iria sobreviver por muito tempo, pediu para que Pedro tivesse uma relação sexual com ela. Noutro dia, Dora não resistiu à doença e morreu.
    A última parte do livro “Canção da Bahia, canção da liberdade” mostrou-nos então a desintegração dos componentes mais importantes do grupo. O Professor tornou-se um pintor de sucesso no Rio de Janeiro; Sem-Pernas se matou antes de ser capturado pela polícia; Pirulito tornou-se uma parte da ordem religiosa; João Grande tornou-se um marinheiro; Volta-Seca tornou-se um cangaceiro do grupo de Lampião; Gato abandonou Dalva e foi para Ilhéus e Pedro Bala, que abandonou a liderança do grupo e tornou-se um organizador de greves.

Personagens



Pedro bala: Era o líder dos Capitães da Areia, tinha o cabelo loiro e uma cicatriz de navalha no rosto, fruto da luta onde venceu o antigo comandante do bando. Era muito ativo no grupo.

Professor (João José): Único do grupo que sabia ler e escrever. Além disso, tinha um grande talento na arte da pintura. Criava para o grupo os melhores planos de assaltos. Após a morte da Dora, uma menina que ele gostava, ele foi para Rio de Janeiro com a ajuda de um senhor e se tornou um pintor de sucesso.

Gato: Era um sujeito conquistador e vivia entre as prostitutas. Sempre estava bem-vestido, dominava a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, com todos os que se aventuravam numa partida contra ele. Além disso, conseguia dinheiro como cafetão de uma amante prostituta dele chamada Dalva.

Pirulito: Era um sujeito magro e muito alto, com uma cara seca, meio amarelada, os olhos encovados e fundos, a boca rasgada e pouco risonha. Era o mais cruel do bando, até que um dia conheceu o padre José Pedro e se converteu à religião.

Sem-Pernas: Era um deficiente físico, possuia apenas as coxas. O grupo o considerava como sendo um espião, porém ele foi preso por policiais bêbados, que o humilharam. Após esse episódio o garoto guardou rancores da polícia e no final ele se matou a fim de não se entregar.

Volta Seca:  Ele tinha ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro. Ele conseguiu realizar esse objetivo, integrando-se ao grupo de Lampião, que era seu padrinho, transformando-se em um frio e sanguinário assassino.

Boa-Vida: O seu apelido traduzia seu caráter indolente e sossegado. Contentava-se com pequenos furtos, o suficiente para contribuir para o bem-estar do grupo, e com algumas mulheres que não interessavam mais ao Gato.

João Grande: Era um menino com cabelo crespo e baixo e músculos rígidos. Por ser uma pessoa muito boa e forte, ajudava e protegia os novatos do bando contra atos tiranos praticados pelos mais velhos.

DoraAos 13 anos, seus pais morreram por causa da varíola, e por isso não foi aceito para trabalhar em lugar nenhum.  Foi encontrado e levado com seu irmão Zé Fuinha para trapiche pelo Professor e João Grande. Lá ela quase foi estuprada, mas depois de algum tempo, o grupo a aceitou como a mãe de que todos careciam.  Tornou-se a valente mulher de Pedro Bala, e morreu por causa da febre após a primeira e última relação sexual com o Pedro.

Padre José Pedro: Era um padre de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Assumiu a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente.

Características de Estilo do Autor


     Jorge Amado, em largos painéis coloridos, retrata o regionalismo nordestino, mostrando a desgraça e a opressão do negro, do pobre e do trabalhador, nas zonas cacaueiras e urbanas da Bahia. Através desses tipos marginalizados, apresentados com humanidade, simpatia calorosa e um vivo senso do pitoresco, analisa toda uma sociedade.
     Um grande expoente do Modernismo, sua maturidade literária se revela na capacidade de mesclar realismo e romantismo, lirismo poético e documento em sua narrativa, cuja linguagem explicita o falar de um povo e cuja ideologia se sobrepõe na forma de uma necessidade premente de justiça social. O caráter político e revolucionário das obras iniciais não se encontra nos romances pós década de 50, o que tem feito críticos dividirem sua obra em diferentes temáticas. O Romance Proletário que retrata a vida rural e citadina de Salvador, com forte apelo social. Incluem-se nesse tipo: Suor, O País do Carnaval e Capitães da Areia.     
     O "Ciclo do Cacau" tem como temas os latifúndios da região cacaueira e as lutas que, em tom épico, retratam a ganância dos coronéis, a exploração do trabalhador rural. Pertencem a esse ciclo: Cacau, Terras do Sem Fim e São Jorge dos Ilhéus.
     A Pregação Partidária é constituída por um grupo de escritos de cunho político: O Cavaleiro da Esperança e O Mundo da Paz.
     A última fase se compõe de Depoimentos Líricos e Crônicas de Costumes e se inicia com Jubiabá e Mar Morto, cujos temas giram em torno das rixas e amores marinheiro. Consolidam-se com Gabriela, Cravo e Canela que, mesmo tendo Ilhéus e problemas políticos, como pano de fundo, tende mais para crônica amaneirada de costumes. Para Bosi, a ideologia que permeia as obras de 30 e 40 foi abandonada. A partir daí, tudo se dissolveu "no pitoresco, no saboroso, no apimentado do regional".

Livros Publicados

Abaixo estão todas as obras publicadas de Jorge Amado:
>O país do Carnaval (1931, romance)
>Cacau (1933, romance)
>Suor (1934, romance)
>Jubiabá (1935, romance)
>Mar morto (1936, romance)

>Capităes da areia (1937, romance)
>ABC de Castro Alves (1941, biografia)
>O cavaleiro da esperança (1942, biografia)
>Terras do sem fim (1943, romance)
>Săo Jorge dos Ilhéus (1944, romance)
>Bahia de Todos os Santos (1945, guia da cidade)
>Seara vermelha (1946, romance)
>O amor do soldado (1947, peça teatral)
>O mundo da paz (1951, guia de viagem)
>Os subterrâneos da liberdade (1954, romance)
>Gabriela cravo e canela (1958, romance)
>A morte e a morte de Quincas Berro Dágua (1961, romance)
>Os velhos marinheiros (1961, romance)
>Os pastores da noite (1964, romance)
>Dona Flor e seus dois maridos (1966, romance)
>Tenda dos milagres (1969, romance)
>Tereza Batista cansada de guerra (1972, romance)
>O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (1976, romance)
>Tieta do agreste (1977, romance)
>Farda, fardăo, camisola de dormir (1979, romance)
>O menino grapiúna (1981, memória)
>A bola e o goleiro (1984, infantil)
>Tocaia grande (1984, romance)
>O sumiço da santa: uma história de feitiçaria (1988, romance)
>Navegaçăo de cabotagem (1992, memória)
>A descoberta da América pelos turcos (1992, romance)
>Milagre dos pássaros (1997, romance)

Biografia de Jorge Amado

   Jorge Amado, jornalista, romancista e memorialista, nasceu na Fazenda Auricídia, em Ferradas, Itabuna, BA. Eleito em 6 de abril de 1961 para a Cadeira n. 23, na sucessão de Otávio Mangabeira, foi recebido em 17 de julho de 1961 pelo acadêmico R. Magalhães Júnior.
   Filho do Cel. João Amado de Faria e de D. Eulália Leal Amado. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância e aprendeu as primeiras letras. Cursou o secundário no Colégio Antônio Vieira e no Ginásio Ipiranga, em Salvador — cidade que costuma chamar Bahia — onde viveu, livre e misturado com o povo, os anos da adolescência, tomando conhecimento da vida popular que iria marcar fundamentalmente sua obra de romancista. Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, pela qual é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais (1935), não tendo, no entanto, jamais exercido a advocacia.
    Aos 14 anos, na Bahia, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que, juntamente com os do "Arco & Flecha" e do "Samba", desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Comandados por Pinheiro Viegas.
   Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo, sendo responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. Viajou pelo mundo todo. Viveu exilado na Argentina e no Uruguai (1941-42), em Paris (1948-50) e em Praga (1951-52).
    Foi casado com Zélia Gattai, tem dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças para teatro infantil, e Paloma, psicóloga, casada com o arquiteto Pedro Costa. É irmão do médico neuropediatra Joelson Amado e do escritor James Amado.Faleceu no dia 06 de agosto de 2001 em Salvador, Bahia.

Capa do livro